outubro 2018
O que, no final, faz a glória de um artista é realmente a obra que produz. Mas se ele tiver sido infeliz, podem ter certeza de que ajuda. O mundo gosta de maldições: o aleijão de Toulouse-Lautrec, a orelha cortada de van Gogh. Sem chegar a tais extremos, Ai Weiwei se beneficia de suas desventuras políticas: dissidente chinês, filho de dissidente, vigiado e preso pelo regime, proibido por anos de sair do país. Sem dúvida isso contribuiu para seu enorme sucesso internacional. Não é ilegítimo, e faz com que seu trabalho também acabe sendo, por força, predominantemente político.
O italiano Ernesto de Fiori (1884-1945) chegou ao Brasil em 1936, depois de uma vida complicada na Europa, onde chegou a participar da primeira guerra mundial. Tinha sólida firmação artística alemã e dominava igualmente a pintura e a escultura. Sua presença em São Paulo foi fecundante e alargou os horizontes da época. Sua ótima escultura o tornou mais conhecido, mas em matéria de qualidade a pintura não fica devendo. Vários quadros de pequeno formato, especialmente marinhas, revelam seu colorido corajoso e expressivo e suas pinceladas vigorosas, que influenciaram ninguém menos que Volpi.
O post de hoje marca a estreia da seção de Entrevistas aqui no Blog da Blombô, e meu começo não poderia ter sido melhor: conversei com Gabriel Wickbold, 35 anos, autodidata, fotógrafo, artista plástico, galerista. Não há como limitar seu trabalho dentro de uma só definição. Sua inquietação criativa deve somar ainda mais substantivos a essa lista, afinal, estamos falando de alguém que já aos 12 anos começou a escrever poesias. “A arte sempre esteve presente em mim; quis começar a escrever muito cedo”.
Já está no ar o 5º Leilão de Arte Online da Blombô Leilões. Estão disponíveis vários lotes de peças interessantíssimas, de artistas como Leda Catunda, Mabe, Antonio Dias, Marcelo Solá e Iran do Espírito Santo, só para citar alguns. Os preços são incríveis! Esta edição traz, por exemplo, gravuras de Manabu Mabe a R$ 700,00. Se você tem aquele sonho antigo de possuir uma obra de artista consagrado, participar do leilão é uma excelente oportunidade de realiza-lo! E tem novidade: nesta edição a Blombô Leilões traz pela primeira vez obras de street art de artistas da Casa Jacarepaguá, galeria de José Brazuna.
Ai Weiwei Raiz é a primeira exposição do artista e ativista chinês no Brasil, a primeira exposição dedicada a um único artista a ocupar a Oca, e acontece em números superlativos: são 70 obras de arte, pesando juntas 500 toneladas, espalhadas pelos 8 mil metros quadrados do espaço no Parque Ibirapuera. Aberta no último dia 20, a mostra reúne obras históricas e emblemáticas ao lado de outras inéditas, produzidas no Brasil com diferentes materiais em São Paulo, na Bahia e no Ceará. Segundo o curador e produtor Marcello Dantas, a obra mais impressionante é Straight, exibida pela primeira vez em seu formato completo. São 164 toneladas de ferro retiradas dos escombros de escolas de Sichuan, na China, que desabaram após o terremoto de 2008. Cerca de 5.000 crianças morreram na ocasião, número levantado pelo próprio Ai Weiwei e sua equipe, uma vez que o governo chinês não divulgou informações. Outra obra marcante é Forever Bicycles, instalada fora do parque e à vista de todos que passam pela avenida Pedro Álvares Cabral.
Não é só em quilometragem que a Rússia fica tão longe do Brasil. Na produção cultural também. Conhecemos alguns de seus compositores: Tchaikovsky, Rimsky-Korsakov, Prokofieff. E que mais? Certamente não o grande poeta que foi Anna Akhmatova (1889-1966). Sua vida atravessou as agruras políticas de sua pátria: o czarismo, a revolução de 1917, o stalinismo, a segunda guerra mundial. Teve problemas com Stalin, chegou a ser expurgada da União dos Escritores Soviéticos mas não presa – e sobreviveu ao ditador. Sua poesia reflete os trágicos acontecimentos que a cercam, num estilo pessoal econômico mas profundamente comovente, até arrebatador. Talvez seja a maior poeta russa. Vejam este poema de 1935.
"Como poderia escrever meu livro? Me pergunto todos os dias e vejo a dificuldade. Seria de como saí da loucura para a vida através da arte e depois como saí para a vida através da arte, deixando de fazê-la."
Com curadoria de Marcio Harum, será aberta nesta quarta-feira (25/10) a exposição Olho D'Água, da artista Lilian Maus. Ao visitar a mostra o visitante poderá entrar em um mundo fantástico, percorrendo instalações, observando vídeos, fotografias e pinturas, como se atravessasse águas doces em uma paisagem misteriosa e melancólica. O projeto é resultado da parceria com o cineasta e artista Muriel Paraboni, tendo ainda a participação do pescador José Ricardo de Queirós e do ator Cacá Toledo, além do fotógrafo Marcus Jung, do músico Edu Bocchese e da cineasta Thais Fernandes.
O acesso a redes de alta velocidade tem ficado cada vez mais fácil. Com isso, vamos buscando ferramentas que facilitem nossa vida cotidiana: compras para casa, pagamentos, reservas em restaurante, ingressos para diversos eventos, tudo resolvido com comodidade e praticidade de alguns cliques no próprio celular. O mundo das artes não ficou fora do radar do desenvolvimento tecnológico. Quem ama arte ou quer começar a entender mais sobre o assunto conta com vários aplicativos que tornam as informações muito mais acessíveis. Hoje é possível conferir a agenda cultural da sua cidade, visitar virtualmente museus e exposições e descobrir o título e o autor de uma obra, tudo direto pelo seu celular, só para citar alguns exemplos.
Com a mostra "O olho que aponta não é o mesmo que vê", a Galeria Base destaca a produção brasileira que dialoga entre si através de um ponto de vista regionalista e de uma linguagem contemporânea de 15 artistas nordestinos e de gerações distintas, os quais, cada um à sua forma, apresentam uma arte global, contemporânea e contextualizada. São 32 obras entre colagens, desenhos, gravuras, fotografias e pinturas, de artistas como Abraham Palatnik, Almandrade, Antônio Dias, Christian Cravo, Emanoel Araújo, Falves Silva, José Cláudio, José Rufino, Macaparana, Marcelo Silveira, Márcio Almeida, Marco Ribeiro, Mário Cravo Neto, Montez Magno e Sérvulo Esmeraldo. O curador Paulo Azeco destaca: “Muitos dos artistas da exposição possuem fortes carreiras internacionais, provando que comunicação de massa e a aldeia global pode sim ser de grande valia na produção artística. Contudo, é importante ressaltar que isso é valido quando o olho presta atenção em si mesmo antes de enxergar o mundo e, nisso, os nomes dessa exposição fizeram com maestria. Uma exposição de artistas conterrâneos que abraça um mundo”.