A modesta mas boa pintura dos mais humildes

A modesta mas boa pintura dos mais humildes

Paula Reis 482 views Nenhum comentário

Existe uma data ‘oficial’ de nascimento para a arte moderna brasileira: a famosa Semana de 1922, em São Paulo. Mas a Semana foi um evento de elite, e artistas humildes, imigrantes e descendentes de imigrantes, não tiverem acesso a ela. Só em meados da década de 1930, pintores dessa origem se reuniram e começaram a trabalhar juntos e a aparecer. Sob o nome de Grupo Santa Helena, tornaram-se famosos Alfredo Volpi, Francisco Rebolo, Clóvis Graciano, Fúlvio Pennacchi, Mário Zanini e Aldo Bonadei (1906-1974). Este era filho de italianos e estudou brevemente na Europa. Porém existia em todos eles uma compreensível espécie de modéstia: eram pintores figurativos, não intelectualizados, sem ideias vanguardistas, e mostravam a realidade a seu redor: bairros e subúrbios paulistanos. Dentro disso souberam fazer boa pintura.

A simplificação da paisagem é comum a todos. Inteligente e sensível, Bonadei, o mais valorizado no mercado depois de Volpi, geometrizava o casario, apresentando na linguagem alguma semelhança com o mestre francês Paul Cézanne. A Paisagem de Moema acima (1944) faz parte do catálogo de obras à venda da Blombô, o primeiro marketplace de arte online do Brasil.

Publicado em: Arte
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