Renot
Brasil - 1932
m 1957, aos 25 anos, começou a pintar tendo por inspiração o cangaceiro Lampião, personagem que marcou o imaginário nordestino com suas aventuras. Em 1960 iniciou um movimento em Salvador que incentivou o mercado de arte local. Em sociedade com amigos, fundou a Galeria Manoel Querino que foi palco de mostras de grandes artistas brasileiros que com ele expuseram: Di Cavalcanti, Djanira, Manabu Mabe, Aldemir Martins, Antonio Bandeira e muitos outros.
O nome Renot foi criado pela direção do jornal da Bahia ainda na década de 60 para assinatura da coluna social de título “Gran Mond”, na qual o artista dava notas sobre a sociedade baiana, alcançando enorme prestígio. A coluna assinada por ele foi transferida para o jornal Estado da Bahia, pertencente ao complexo Diários Associados. Nesta época, Renot passou a dirigir um programa na TV Ipatuã, além de comandar outro na rádio Sociedade da Bahia, entrevistando personalidades da época. Em 1967 já era querido por seu público. Em 1969 foi convidado pelo então Governador de São Paulo, para participar da exposição coletiva de inauguração do Paço das Artes. Entre os maiores incentivadores de sua obra estavam o diretor do Museu do Estado Carlos Eduardo da Rocha e Jorge Amado.
No fim dos anos 60 mudou-se definitivamente para São Paulo e, em 1972, inaugurou a legendária Galeria Renot nos Jardins, onde promoveu exposições de Francisco Rebolo, Aldemir Martins, Pennacchi, José Antonio da Silva, Di Cavalcanti, Cícero Dias, Rubens Gerchman, entre dezenas de grandes artistas. Renot sempre foi um homem dedicado à cultura, com sua atenção voltada especialmente para as artes plásticas, sendo referência no mundo artístico. Exerceu papel de destaque na divulgação e comercialização da obra de dezenas de artistas.
Em 2008 foi realizada a Exposição “Renot em 20” na Cristal Pizza Bar, apresentando as obras do artista em várias fases de sua carreira e um grande quebra-cabeça a partir de uma de suas obras, que foi montado na exposição.
Atualmente, Renot se voltou inteiramente para sua própria criação artística em seu ateliê particular, depois de mais de 60 anos dedicados à arte e ao mercado. Hoje o artista trabalha intensamente sua pintura, também dedicando-se a criação de tapeçarias. Elas são desenvolvidas de modo diferente da técnica clássica, na qual desenha-se em um cartão e se transfere à imagem para a tela. Renot desenha diretamente sobre o tecido, o que garante a exclusividade da obra. Em suas tapeçarias, o artista retrata os casarios da cidade antiga de Salvador, as festas populares da Bahia, os pássaros, a fauna e a vegetação do Recôncavo Baiano. Depois de escolhidas as cores, o artista borda a tela.
Em 2014, após décadas de dedicação, Renot encerrou as atividades da Galeria Renot, dedicando-se inteiramente a sua obra. Atualmente, grandes empresas buscam suas criações para incorporá-las às imagens corporativas.
O artista mostra a natureza com sensualidade, combinando matizes de cores que se escondem atrás dos casarios ou brotam da vegetação tropical do recôncavo. Em suas obras a realidade brasileira é caracterizada em todo seu mistério, exotismo e aspectos únicos. O mundo criado por Renot é onírico, sensual e mágico, onde a fantasia e a realidade são indivisíveis. No trabalho deste grande artista há a predominância da flora e da fauna da Bahia, sempre com a presença marcante das cores e, em especial, o azul e suas variações. Jaime Maurício afirmou que na arte de Renot “seu desenho é um poema e sua tapeçaria um afresco”.
Fontes:
Texto: https://www.guiadasartes.com.br/reinaldo-eliomar-de-freitas-marques-da-silva/obras-principais