José Leonilson Bezerra Dias (Fortaleza, Ceará, 1957 - São Paulo, São Paulo, 1993) foi um pintor, desenhista e escultor brasileiro. Em 1961, mudou-se com sua família para São Paulo. Entre 1977 e 1980, estudou educação artística na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), onde teve aulas com Julio Plaza e Nelson Leirner. Também estudou aquarela com Dudi Maia Rosa na escola de artes Aster, entre 1978 e 1981. Em 1981, realizou sua primeira exposição individual na galeria Casa do Brasil, em Madri, e viajou por outras cidades europeias. Em Milão, conheceu Antonio Dias, que o apresentou ao crítico de arte Achille Bonito Oliva, ligado à transvanguarda italiana.

Leonilson retornou ao Brasil em 1982. Sua obra é predominantemente autobiográfica, com foco nos últimos dez anos de sua vida. A crítica Lisette Lagnado descreve cada peça como uma carta para um diário íntimo. Em 1989, Leonilson começou a incorporar costuras e bordados em sua produção, elementos que se tornaram recorrentes.

Em 1991, foi diagnosticado com HIV, e essa condição passou a influenciar profundamente sua obra. Seu último trabalho, uma instalação na Capela do Morumbi, em São Paulo, em 1993, tem um sentido espiritual e reflete sobre a fragilidade da vida. Por essa exposição e outra individual realizada no mesmo ano, recebeu, em 1994, uma homenagem póstuma e um prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA). No mesmo ano de sua morte, familiares e amigos fundaram o Projeto Leonilson, com o objetivo de organizar seus arquivos e divulgar suas obras.