Julio Le Parc (nascido em 1928, Mendoza, Argentina) vive e trabalha em Paris, França. Le Parc iniciou sua formação na Escuela de Bellas Artes em Buenos Aires em 1943, onde se interessou pela Arte Concreto-Invención e pelo movimento Spazialismo. Em 1958, recebeu uma bolsa do governo francês e mudou-se para Paris, onde começou a explorar a arte cinética, focando em três dimensões, movimento e luz. A exposição de Victor Vasarely em Buenos Aires, no mesmo ano, foi um catalisador importante para sua carreira. Em Paris, colaborou com colegas de Vasarely e estudou os escritos de Mondrian, aprofundando-se na tradição construtivista.
Em 1966, Le Parc representou a Argentina na Bienal de Veneza, onde ganhou o Grande Prêmio Internacional de Pintura. Sua carreira começou com composições bidimensionais em cores e preto e branco em 1953, quando ainda era professor de arte em Buenos Aires. A partir de 1960, desenvolveu obras que utilizavam luz "leitosa", combinando alta intensidade com uma expressão sutil de movimento contínuo.
Le Parc teve inúmeras exposições individuais na Europa e América Latina, incluindo no Instituto di Tella (Buenos Aires), Museo de Arte Moderno (Caracas), Palacio de Bellas Artes (México), Casa de las Americas (Havana), Moderna Museet (Estocolmo), Daros (Zurique) e Städtische Kunsthalle (Düsseldorf). Participou também de exposições coletivas e bienais, como a polêmica exposição do MoMA, The Responsive Eye (1965), a Bienal de Veneza em 1966 (onde recebeu o prêmio) e a Bienal de São Paulo em 1967. Em protesto contra o regime militar no Brasil, boicotou a Bienal de São Paulo em 1969 e publicou um catálogo alternativo para a Contrabienal em 1971. Envolveu-se em movimentos antifascistas no Chile, El Salvador e Nicarágua. Recentemente, foi tema de grandes retrospectivas, incluindo exposições na Serpentine Gallery (Londres, 2014), Palais de Tokyo (Paris), Casa Daros (Rio de Janeiro, 2013), MALBA (Buenos Aires, 2014) e na Galeria Nara Roesler (São Paulo, 2013).