Sem título

Artista: Guilherme Ghisoni

Título: Sem título
Ref: 1797016974

Neste ensaio fotográfico busco expressar visualmente um sentimento que tem me acompanhado desde o primeiro dia do ano de 2019: o desaparecimento do mundo. Creio que este sentimento tenha como causa o fato de que nosso país esteja se tornando ininteligível, em face da reescrita do passado e do bruto esforço de mudança da nossa identidade cultural. Rapidamente, passamos de um país que, mesmo com todas as suas mazelas, tinha a alegria como sentimento fundamental, a um país que traz em seu cerne o ódio e a violência. O mais assustador é ver que a ignorância foi elevada à categoria de virtude. (Uma forma de falácia naturalista – sugeriu-me um sábio colega). O conhecimento e o estudo passaram a ser vistos com desconfiança, como indícios de que o indivíduo foi cooptado pela “terrível ideologia”, que busca o “absurdo ideal” da liberdade de expressão e da universalização dos direitos civis. O que estamos presenciando é a luta para determinar qual narrativa terá o privilégio de fixar o significado das palavras. Essa luta será travada principalmente no meio acadêmico, no mundo artístico e nos meios de comunicação. O significado das palavras é uma luta fulcral. Quando a narrativa vencedora dá um novo significado a uma palavra, desaparecem o passado, o presente e o futuro, cujo conteúdo inteligível dependia do velho significado. Mas este ensaio fotográfico não é sobre todas essas coisas. É apenas a tentativa de dar forma e nomear um sentimento: o desaparecimento do mundo.

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Informações adicionais
  • Artista: Guilherme Ghisoni
  • Técnica: Fotografia
  • Suporte da Obra: Outro
  • Anos: 2019
  • Origem: Brasil
  • Estado de conservação: Bom
  • Dimensões: 120 x 80 cm
R$12.000,00
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+ Detalhes
Neste ensaio fotográfico busco expressar visualmente um sentimento que tem me acompanhado desde o primeiro dia do ano de 2019: o desaparecimento do mundo. Creio que este sentimento tenha como causa o fato de que nosso país esteja se tornando ininteligível, em face da reescrita do passado e do bruto esforço de mudança da nossa identidade cultural. Rapidamente, passamos de um país que, mesmo com todas as suas mazelas, tinha a alegria como sentimento fundamental, a um país que traz em seu cerne o ódio e a violência. O mais assustador é ver que a ignorância foi elevada à categoria de virtude. (Uma forma de falácia naturalista – sugeriu-me um sábio colega). O conhecimento e o estudo passaram a ser vistos com desconfiança, como indícios de que o indivíduo foi cooptado pela “terrível ideologia”, que busca o “absurdo ideal” da liberdade de expressão e da universalização dos direitos civis. O que estamos presenciando é a luta para determinar qual narrativa terá o privilégio de fixar o significado das palavras. Essa luta será travada principalmente no meio acadêmico, no mundo artístico e nos meios de comunicação. O significado das palavras é uma luta fulcral. Quando a narrativa vencedora dá um novo significado a uma palavra, desaparecem o passado, o presente e o futuro, cujo conteúdo inteligível dependia do velho significado. Mas este ensaio fotográfico não é sobre todas essas coisas. É apenas a tentativa de dar forma e nomear um sentimento: o desaparecimento do mundo.