Niobe Nogueira Xandó Bloch

Niobe Xandó

Niobe Nogueira Xandó Bloch (Campos Novos do Paranapanema, atual Campos Novos Paulista, 1915 — São Paulo, 19 de fevereiro de 2010) foi uma pintora, desenhista e escritora brasileira autodidata. Em sua obra, articulou elementos de diversas tradições artísticas como o Dadaísmo, o Concretismo, a Pop art, a nova figuração, a Art Brut e o Letrismo. Entre as décadas de 1950 e 1990, desenvolveu uma das mais singulares produções artísticas do Brasil.

Biografia e Trajetória Artística
Niobe cresceu no interior de São Paulo e se mudou para a capital em 1932, onde casou-se aos 16 anos com João Baptista Ribeiro Costa, destacado militante comunista. Ousada, começou a frequentar reuniões do Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Iniciou sua carreira artística em 1947, em Nova Iorque. Nesse mesmo ano, estreitou relações com Yoshiya Takaoka e Geraldo de Barros no ateliê do professor e artista Raphael Galvez. Sua primeira exposição individual ocorreu em São Paulo, na Livraria das Bandeiras, Praça da República, em 1953. Após separar-se, casou-se com Alexandre Bloch, um intelectual tcheco. A partir dessa união, criou amizade com o crítico Vilém Flusser, que acompanhou seu processo artístico e escreveu artigos divulgando e analisando sua obra.

O trabalho de Niobe Xandó começou a ganhar maior atenção a partir de 1965, com uma exposição na 8ª Bienal Internacional de São Paulo. Posteriormente, foi apresentada na sala especial de Artes Mágica, Fantástica e Surrealista na 10ª Bienal Internacional de São Paulo de 1969. Em 1978, durante a 1ª Bienal Latino-Americana de São Paulo, ficou clara a influência das culturas africana e indígena em sua obra. Na década de 1970, Flusser comentou sobre o limitado impacto de sua produção no cenário nacional e concluiu que, se a crítica brasileira assumisse "duplo papel de análise e de preparo do público, há muito tempo que Niobe Xandó seria um catalisador da produção artística brasileira."

Estilo e Influências
A obra de Niobe é multifacetada, explorando várias linhas de pesquisa ao longo de sua carreira. Nos anos 50, começou com o figurativismo inspirado por Paul Gauguin, Edvard Munch e Marc Chagall, passando pelo abstracionismo e pela representação de totens e máscaras arcaicas nos anos 60. Na década de 70, aderiu ao letrismo, e posteriormente desenvolveu o mecanicismo, termo criado por ela mesma, onde confronta arcaísmo e modernidade.

Entre as décadas de 1950 e 1990, Niobe Xandó desenvolveu uma das mais singulares produções artísticas do país, utilizando um sofisticado repertório que articula questões das mais distintas tradições artísticas. Conforme escreveu Marcelo Mattos Araújo, diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo, sua obra "desenvolveu uma das mais singulares produções de nosso país, utilizando um sofisticado repertório que articula questões das mais distintas tradições artísticas."

Obras do artista

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