Maria de Lourdes Alves Martins

Maria Martins

Maria de Lourdes Alves Martins (Campanha, MG, 7 de agosto de 1894 — Rio de Janeiro, RJ, 28 de março de 1973), conhecida artisticamente como Maria Martins, foi uma escultora, desenhista, gravurista, pintora, escritora e musicista brasileira. Considerada uma das mais influentes surrealistas do Brasil, Maria Martins é frequentemente chamada de "Frida Kahlo brasileira".

Vida e Obra
Maria Martins nasceu em Campanha, Minas Gerais, filha de Cosmo, senador e ministro da Justiça da Velha República, e Fernandina de Faria Alves. Entre seus avós paternos estão João Luís Alves e Bárbara Luísa Barbosa Alves, e entre os avós maternos, Fernando Antônio de Faria e Maria Vitória Pereira de Faria. A declaração de nascimento foi feita por seu pai, com Dr. Euclides da Cunha e Otávio Barbosa Carneiro como testemunhas.

Casou-se pela primeira vez com o jurista e historiador Otávio Tarquínio de Sousa, de quem se separou, e em seguida, casou-se com o diplomata Carlos Martins Pereira e Sousa. Carlos, colega de infância de Getúlio Vargas e também um amante da vida social, serviu como embaixador do Brasil em vários países antes e depois da Segunda Guerra Mundial, incluindo Japão e várias nações europeias.

Inicialmente, Maria Martins se interessou pela música e depois estudou pintura em Paris. Aos trinta anos, começou a se interessar pela escultura, trabalhando com madeira na França e aprendendo a modelar terracota, mármore e cera perdida no Japão. Em 1939, estudou escultura com Oscar Jesper em Bruxelas, e passou a utilizar o bronze como principal material de sua obra.

Maria Martins participou da Bienal de São Paulo desde seu primeiro evento em 1951. Em 1955, foi premiada como melhor escultora nacional com a obra "A soma dos nossos dias". Internacionalmente, realizou sua primeira mostra em 1941 em Washington e, no mesmo ano, expôs em Paris e no Rio de Janeiro. Estabeleceu seu ateliê em Nova York e foi destaque na Corcoran Gallery of Art em Washington, onde uma de suas obras foi adquirida pelo Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA).

Suas esculturas, caracterizadas por formas orgânicas, contorcidas e sensuais, evocam culturas arcaicas e são inspiradas em lendas e na natureza amazônica. Essa abordagem atraiu a atenção de surrealistas como André Breton, Max Ernst, Roberto Matta, Yves Tanguy e Marc Chagall. Marcel Duchamp dedicou-lhe duas obras, testemunhando o impacto da beleza e da sensibilidade vibrante de Maria Martins.

Maria Martins teve suas obras reconhecidas internacionalmente, com peças no Museu de Arte da Filadélfia, MoMA, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), Paço das Artes da USP, entre outros. No Palácio Itamaraty, em Brasília, há duas esculturas suas: "A mulher e sua sombra" e "O canto da noite". No Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (MALBA), está exposta sua escultura "O Impossível" (1945).

Além de sua carreira artística, Maria Martins teve uma vida pessoal notável. Foi amante do pintor e escultor franco-americano Marcel Duchamp e de Benito Mussolini, além de amiga de Picasso e Mondrian. Entrevistou Mao Tsé Tung e realizou feitos notáveis para uma mulher de sua época.

Obras do artista

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