Leopoldo Plentz

Leopoldo Plentz

José Leopoldo Plentz nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em 1952. Graduou-se em artes plásticas pelo Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IA/UFRGS) em 1980. Durante sua formação, estudou gravura no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre. Iniciou sua trajetória na fotografia em 1975, dedicando-se tanto ao trabalho autoral quanto à documentação de bens culturais.

Sua primeira exposição individual aconteceu em 1979, onde apresentou um conjunto de gravuras no Museu da Gravura de Bagé, no Rio Grande do Sul. Entre 1980 e 1990, coordenou o Gabinete de Fotografia da Faculdade de Arquitetura da UFRGS, participando de diversas exposições coletivas e realizando suas primeiras mostras individuais de fotografia. Em 1984, recebeu a Bolsa Marc Ferrez, concedida pelo Instituto Nacional da Fotografia da Fundação Nacional de Artes (INFoto/Funarte).

De 1990 a 1996, Plentz integrou a equipe do Núcleo de Fotografia da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS. Atuou como professor de fotografia no Curso de Comunicação Social da Universidade de Passo Fundo entre 1996 e 1998. Nesse ano, foi agraciado com o Prêmio Gaúcho de Fotografia, promovido pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Em 2001, conquistou o Prêmio Icatu e, no ano seguinte, a Bolsa Vitae de Artes para continuar seu projeto "Cidades Visíveis". Em 2007, recebeu o Prêmio Pestana em Portugal, concedido através do concurso internacional de fotografias Niemeyer 100 anos. Em 2008, tornou-se professor do Centro de Fotografia da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-Sul) em Porto Alegre.

Análise

Leopoldo Plentz iniciou sua carreira como fotógrafo na década de 1970, focando na fotografia de arquitetura e no registro de bens culturais. Nesse período, também realizou fotografias de paisagens urbanas e rurais. Quando Plentz desenvolveu um trabalho autoral mais definido, destacou-se uma característica incomum em relação ao tipo de fotografia com que iniciou sua produção: o plano fechado. Em ensaios como "Erótica" (1991) e "Simulacro" (1998), as imagens são capturadas de ângulos muito próximos aos objetos, como se o fotógrafo quisesse oferecer ao espectador a possibilidade de penetrar em seus detalhes e sentir suas texturas.

Um dos objetivos de Plentz nessas pesquisas parece ser explorar a capacidade inerente à fotografia de atrair e provocar o olhar, “recortando” um fragmento do mundo. A natureza desses fragmentos “recortados” é variável. Em "Erótica", sequências de imagens exibem partes de uma cama desfeita, com roupas e lençóis amassados, evocando o erotismo pela ausência dos corpos. Já em "Simulacro", o artista faz “fotografias de coisa nenhuma”, como sugere o subtítulo do catálogo da mostra: um papel amassado no chão, paredes descascadas, um fragmento de portão de ferro, uma pia no canto de um banheiro, um quadro de energia. Embora retratem "coisa nenhuma", as imagens são compostas com rigor formal.

No catálogo da mostra, as fotografias são acompanhadas por versos de Fernando Pessoa (1888-1935) – um deles diz “O essencial é saber ver” – e Oscar Wilde (1854-1900) sobre o ato de olhar, reforçando o convite a descobrir, nas imagens, a poesia contida em detalhes daquilo que muitas vezes olhamos, mas não vemos.

Obras do artista

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