José Costigliolo

José Pedro Costigliolo (1902-1985) nasceu em Montevidéu, Uruguai. Iniciou seus estudos de pintura em 1921 no Círculo de Belas Artes de Montevidéu. Trabalhou como publicitário e artista gráfico de 1929 a 1946, antes de se dedicar integralmente à pintura. Junto com sua esposa, a pintora Maria Freire, foi pioneiro da arte concreta no Uruguai. Viveu na Europa entre 1957 e 1959, período durante o qual realizou diversas exposições tanto no Uruguai quanto na Argentina. No Brasil, suas obras foram expostas no Museu de Arte Moderna de São Paulo (1956) e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1957). Participou de várias edições da Bienal de São Paulo (1953, 1955, 1957, 1961) e da Bienal de Veneza em 1966.

A partir de 1955, sob influência do Construtivismo russo e do Neoplasticismo holandês, Costigliolo começou a produzir obras que refletem uma tendência definitivamente concreta. Segundo Frederico Morais, em seu estudo sobre a pintura uruguaia publicado em "Artes plásticas na América Latina: do transe ao transitório" (1979, Civilização Brasileira), Costigliolo desenvolveu um estilo onde a superfície da tela parece magnetizada, criando campos de energia visual que atraem pequenos quadrados e retângulos. Essas formas geram áreas compactas que, juntamente com os espaços ao redor, participam de um dinâmico processo de atração e repulsão, resultando frequentemente em movimentos concêntricos e excêntricos que fragmentam e reorganizam a composição visual de maneira contínua. A movimentação incessante e a tensão visual em suas obras evocam a dissidência elementarista de Van Doesburg, uma ramificação dentro do Neoplasticismo, marcada por uma busca constante de equilíbrio e tensão entre os elementos da pintura.