Cícero dos Santos Dias (Escada, Pernambuco, 1907 - Paris, França, 2003) foi um pintor, gravador, desenhista, ilustrador, cenógrafo e professor brasileiro. Iniciou seus estudos de desenho na sua cidade natal. Em 1920, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde, em 1925, matriculou-se nos cursos de arquitetura e pintura da Escola Nacional de Belas Artes (Enba), mas não concluiu. Integrou-se ao grupo modernista e, em 1929, colaborou com a Revista de Antropofagia.

Em 1931, no Salão Revolucionário da Enba, expôs o polêmico painel "Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife", notável tanto pela sua dimensão quanto pela temática. A partir de 1932, no Recife, lecionou desenho em seu ateliê. Ilustrou, em 1933, "Casa Grande & Senzala" de Gilberto Freyre. Em 1937, foi preso no Recife com a decretação do Estado Novo. Incentivado por Di Cavalcanti, viajou para Paris, onde conheceu e fez amizade com artistas como Georges Braque, Henri Matisse, Fernand Léger e Pablo Picasso. Em 1942, foi preso pelos nazistas e enviado a Baden-Baden, na Alemanha. Entre 1943 e 1945, viveu em Lisboa como Adido Cultural da Embaixada do Brasil.

Retornou a Paris, onde integrou o grupo abstrato Espace. Em 1948, realizou o mural do edifício da Secretaria das Finanças do Estado de Pernambuco, considerado o primeiro trabalho abstrato do gênero na América Latina. Em 1965, foi homenageado com sala especial na Bienal Internacional de São Paulo. Inaugurou, em 1991, painel de 20 metros na Estação Brigadeiro do Metrô de São Paulo. No Rio de Janeiro, foi inaugurada a Sala Cicero Dias no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA). Recebeu do governo francês a Ordem Nacional do Mérito da França, em 1998, aos 91 anos.