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Volpi é o artista do mês na Blombô. Ao mesmo tempo popular e erudito, conseguiu construir um corpo de trabalho muito coerente nestes dois aspectos. De origem humilde, quando jovem Volpi trabalhou na construção civil, especializando-se na pintura decorativa de paredes. Autodidata, seu interesse pelo popular ganhou força a partir da década de 40, quando passou a realizar retratos religiosos e representações de festejos populares. Neste ensejo surge a sua maior marca, as famosas bandeirinhas — e de fachadas coloniais brasileiras.
Alguns são brasileiros, mas seus nomes podem confundir; outros parecem brasileiríssimos, mas nasceram bem longe daqui!
Até se tornarem ícones inabaláveis – como Portinari, Tarsila, Volpi –, mesmo grandes artistas têm fases de menor visibilidade. O baiano Rubem Valentim (1922-1991), que na década de 1970 e 80 chegava a ser citado ao lado de Tarsila e Volpi, andou sumido. Neste instante, está merecidamente voltando à tona numa ampla e bonita exposição no Museu de Arte de São Paulo.
Existe uma data ‘oficial’ de nascimento para a arte moderna brasileira: a famosa Semana de 1922, em São Paulo. Mas a Semana foi um evento de elite, e artistas humildes, imigrantes e descendentes de imigrantes, não tiverem acesso a ela. Só em meados da década de 1930, pintores dessa origem se reuniram e começaram a trabalhar juntos e a aparecer. Sob o nome de Grupo Santa Helena, tornaram-se famosos Alfredo Volpi, Francisco Rebolo, Clóvis Graciano, Fúlvio Pennacchi, Mário Zanini e Aldo Bonadei (1906-1974). Este era filho de italianos e estudou brevemente na Europa. Porém existia em todos eles uma compreensível espécie de modéstia: eram pintores figurativos, não intelectualizados, sem ideias vanguardistas, e mostravam a realidade a seu redor: bairros e subúrbios paulistanos. Dentro disso souberam fazer boa pintura.
O italiano Ernesto de Fiori (1884-1945) chegou ao Brasil em 1936, depois de uma vida complicada na Europa, onde chegou a participar da primeira guerra mundial. Tinha sólida firmação artística alemã e dominava igualmente a pintura e a escultura. Sua presença em São Paulo foi fecundante e alargou os horizontes da época. Sua ótima escultura o tornou mais conhecido, mas em matéria de qualidade a pintura não fica devendo. Vários quadros de pequeno formato, especialmente marinhas, revelam seu colorido corajoso e expressivo e suas pinceladas vigorosas, que influenciaram ninguém menos que Volpi.