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Seu nome era Manoel alguma coisa, conhecido na Paraíba como Mané Caixa d’Água. Mas deveria ser chamado de caixa (ou antes: poço) de poesia. Não descobri suas datas de nascimento e morte; teria hoje mais de 90 anos. Poeta popular, publicou vários livros de cordel e vivia da venda deles. Quase sempre de terno branco, também saía recitando poemas nos bares de João Pessoa. Mané é prova – há outras – de que o fazer poesia, o talento poético, acontece nas mais diversas situações, tanto entre gente intelectualizada quanto em espíritos (aparentemente) simples. Os versos abaixo chegam a ser requintados. (Um dia lhe perguntaram o sentido do verbo abrumar. Respondeu: “É coisa de mãe. Eu vou lá saber coisa de mãe?”)