Paulo Laender

Paulo Laender

Brasil - 1945

Paulo Roberto Frade Laender (Teófilo Otoni, MG, 1945). Pintor, gravador, arquiteto, escultor e designer. Estuda pintura com a artista plástica Maria Helena Andrés (1922), em 1962. Cursa gravura na Escola Guignard e integra o grupo Oficina no início da década de 1960. Em 1964, faz sua primeira exposição individual, em Belo Horizonte. No ano seguinte, expõe pinturas na 7ª Bienal de São Paulo e cursa gravura no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ).

Em 1970, forma-se em arquitetura pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (EA/UFMG), onde ministra aulas até 1981. Junto à atividade do magistério, dedica-se à escultura, à arquitetura, à pintura, à gravura e ao design. Em 1978, expõe no Panorama Atual da Escultura Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) e na exposição Barroco Brasileiro, no Brazilian Trade Bureau, em Nova York. Monta e dirige, em 1983, as oficinas de joalheria e fundição da Brofen-Laender, em Belo Horizonte. Em 1985, faz viagem pela América do Norte e por alguns países orientais, onde realiza pesquisa para seus trabalhos. No mesmo ano, expõe esculturas na OWL Gallery, em São Francisco, Estados Unidos.

Nos anos 1990 e 2000, realiza exposições de esculturas, pinturas e joias. Participa das exposições coletivas Contemporary Art from Brazil, na galeria Ledis Flan, em Nova York, em 1992, e Encaixas, na galeria L´Angelot, em Barcelona. Em 2008, lança o livro Paulo Laender.



Comentário crítico
Embora o trabalho de Paulo Laender se concentre na escultura, os diversos ofícios dominados pelo artista – como o design e a arquitetura – são notáveis em sua obra. Em parte dela, a tridimensionalidade dos trabalhos vem acompanhada de grandes dimensões, como as da arquitetura, como é o caso de Torre para Giacometti I, realizada em 2000. Em outros trabalhos, é possível encontrar esculturas que ganham detalhes pequenos, minuciosamente trabalhados, nos quais a madeira se mistura com os metais e é possível ver a delicadeza e as curvas de pequenas caixas, estojos e outros utensílios.

A pintura também surge na madeira esculpida, em peças como Escudo Africano, de 2005. Em muitos quadros, como Sobre a Mesa com a Garrafa Azul, de 2005, é a escultura que influencia a pintura, cujas cores estampam formas sobrepostas e cheias de volume. As telas de Laender, segundo afirma o crítico de arte Frederico Morais (19--), são “pinturas que se desejam esculturas”.1 Em geral, a obra do artista exibe formas arredondadas e refere-se a objetos orgânicos (folhas, pedras etc.) ou a máscaras, totens e outros artefatos de tribos africanas e indígenas. A presença de elementos da natureza e as influências tribais dão às peças caráter mítico segundo o jornalista e curador de arte Angelo Oswaldo de Araújo Santos (1947), para quem as esculturas de Laender “se impregnam de ancestralidade de matéria, encaixam-se em formas primevas, cerimonializam a memória”.

Fontes:
Texto: PAULO Laender. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: . Acesso em: 10 de Mar. 2021. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

Obras do Artista

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