Mariannita Luzzati
Mariannita Luzzati (São Paulo, 1963) é uma artista plástica, gravadora e desenhista, reconhecida como uma das mais importantes representantes da pintura brasileira contemporânea. Seu trabalho se destaca por não se enquadrar nas categorias tradicionais de figurativo e abstrato, articulando a representação do objeto—geralmente paisagens naturais—com a expressão das sensações e atmosferas que elas evocam, envolvendo o espectador no momento em que a paisagem é capturada.
Luzzati estudou no Instituto per L'Arte e il Restauro, em Florença, Itália, entre 1982 e 1983. Na metade da década de 1980, teve aulas com artistas renomados como Carlos Fajardo, Carmela Gross e Evandro Carlos Jardim. Sua primeira exposição ocorreu em 1990 no Centro Cultural São Paulo, seguida pelo prêmio do Salão Nacional de Belas Artes no ano seguinte.
No início dos anos 1990, começou a realizar gravuras em metal com um enfoque intimista, explorando uma visualidade despojada e reduzida a estruturas essenciais. Recebeu o Prêmio Aquisição na Mostra de Gravura do Machida City Museum, no Japão, em 1993. No entanto, a tônica de sua obra sempre foi a pintura a óleo, marcada pela pesquisa cromática e pela dissolução dos limites entre os campos de cor. Segundo o crítico Fernando Cocchiarale, suas paisagens emergem de uma luminosidade que difunde a forma dos objetos, gerando uma experiência visual singular.
Em 1994, Luzzati foi selecionada para representar o Brasil na 22ª Bienal Internacional de Artes de São Paulo, onde apresentou a obra "Sem título" (1994). Sua paleta de cores escuras, com nuances de terra e mar, cria uma atmosfera envolvente e melancólica. O crítico de arte Agnaldo Farias destacou que a bruma que impregna suas telas revela a superficialidade da visão e celebra a conexão entre o olhar, o objeto e a luz.
Na década de 2000, a artista aprofundou ainda mais o abstracionismo em suas paisagens, produzindo a série "Seascape" em 2001, que explora gradações tonais de cores. Em 2006, apresentou "Ocupações", resultado de uma viagem de trem pela Estrada de Ferro Vitória a Minas, onde fotografou e pintou paisagens inspiradas no percurso.
Em 2011, Luzzati expandiu sua atuação nas artes visuais com o projeto "Cinemúsica", em colaboração com o pianista Marcelo Bratke, realizando concertos de música clássica sincronizada com imagens de filmes em penitenciárias e posteriormente em teatros e museus. O projeto foi registrado em documentário e rendeu a ambos o prêmio Art of Touch no Festival de Inverno de Sarajevo, em 2013.
A trajetória de Mariannita Luzzati reflete a busca constante por novas experiências, mantendo a técnica e a temática que tornam sua obra única. A ambiguidade entre o figurativo e o abstrato em suas composições permite múltiplas interpretações, solidificando sua posição como uma das grandes representantes da pintura brasileira contemporânea.
Fontes:
Texto: Pesquisa e curadoria Blombô, com apoio de inteligência artificial para redação e estruturação de conteúdo.