Joseca Yanomami

Joseca Yanomami

1971, Rio Uxi u, Terra Indígena Yanomami, Brasil
Vive e trabalha na comunidade Buriti, Terra Indígena Yanomami, Brasil

Joseca Yanomami constrói narrativas visuais que traduzem a cosmologia de seu povo, revelando em desenhos e pinturas as histórias ancestrais e dimensões espirituais da terra-floresta Yanomami, acessíveis apenas aos xamãs. Filho de um importante xamã, desenhava desde cedo na terra e nas árvores da floresta. Seu contato com os não-indígenas o aproximou do papel e dos materiais de desenho, ferramentas que incorporou ao seu fazer para dialogar com os jovens yanomami e também apresentar seu universo espiritual aos napë pë (não-indígenas).

Segundo o artista, foi a própria floresta que lhe ensinou a desenhar, inspirando-se nos cantos e palavras dos xamãs para retratar os espíritos, seus adornos, caminhos e locais de descida, transformando em imagem tudo o que escuta durante os rituais xamânicos.

Na década de 1990, fundou a primeira escola em sua comunidade, atuando na alfabetização em língua yanomae e participando da criação de cartilhas bilíngues para programas de educação e saúde. Sua obra, profundamente ligada ao território e à espiritualidade Yanomami, se soma à luta histórica do seu povo pela preservação de seus direitos e território, movimento iniciado nos anos 1970 por Claudia Andujar, em parceria com xamãs yanomami, e atualmente apoiado pela Hutukara Associação Yanomami.

Em 2003, a convite do antropólogo Bruce Albert, participou da sua primeira exposição internacional, L’Esprit de la Forêt, na Fondation Cartier, em Paris. Desde então, Joseca vem apresentando seu trabalho em instituições nacionais e internacionais, tendo realizado sua primeira individual Kami Yamakɨ Urihipë [Nossa Terra-Floresta] no MASP, São Paulo (2022) e participado da 60ª Bienal de Veneza (2024). Entre outras exposições destacam-se: Maxita Yano, Inhotim, Belo Horizonte (2025); Badu Gili: Healing Spirit, Sydney Opera House, Austrália (2024); Dancing With All, 21st Century Museum of Contemporary Art, Kanazawa, Japão (2024); 38º Panorama da Arte Brasileira, MAM São Paulo (2024); Siamo Foresta, Triennale Milano, Itália (2023); Histórias Indígenas, MASP (2023); Les Vivants, Le Tripostal, Lille, França (2022); e Trees, Power Station of Art, Xangai, China (2021).

Seus trabalhos integram os acervos da Fondation Cartier, França; MAM São Paulo e MASP, Brasil. Joseca Yanomami é representado em parceria pela Almeida & Dale e pela Hutukara Associação Yanomami.

Fontes:
Texto: Pesquisa e curadoria Blombô, com apoio de inteligência artificial para redação e estruturação de conteúdo.

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