Ibrahim Miranda

Ibrahim Miranda é um artista que revitaliza mapas com sua série inovadora chamada "Mapaglifos", onde infunde sentido e poesia nos mapas que marcaram sua existência. O termo "glifo" se refere a um signo escrito, pintado ou gravado, e Miranda aplica este conceito aos mapas, criando um novo tipo de arte que chama de Mapaglifos. Os animais suaves que emergem ao traçar linhas entre as ruas de cidades como París, Tel Aviv e Washington são os protagonistas de suas obras, similares aos desenhos encontrados no deserto de Nazca, que só podem ser plenamente apreciados do alto.

Esses mapas tratam não apenas da estética, mas também discutem a planejamento urbano. Eles são um comentário sobre como o racional e científico podem ser transformados por uma intervenção artística que introduz flexibilidade e imaginação, tornando o rígido mapa urbano uma fonte de inspiração utópica. O resultado é um bestiário urbano, onde pequenas áreas das cidades se transformam em alces, cavalos, elefantes, porcos ou cavalos-marinhos, sugerindo uma nova forma de ver e viver nos espaços urbanos.

Miranda compara sua prática a descobrir formas ocultas em manchas aleatórias, similar ao que Leonardo Da Vinci fazia. Este processo não apenas muda a forma como vemos os mapas, mas também destaca como áreas urbanas podem ser restritas e ao mesmo tempo ricas em possibilidades não exploradas. Ibrahim Miranda, em sua série de Mapaglifos, não só mapeia cidades, mas também suas próprias jornadas e a complexa tapeçaria de espaços que formam sua identidade insular.