Beatriz Monteiro

A pesquisa artística de beatriz monteiro gira em torno da fotografia como espaço duplo de memória e esquecimento: um espaço inadequado e subjetivo, passível de disfarce, distorção e redefinição. Em ações de caráter arqueológico, Beatriz olha para os vestígios do passado, seja um lugar, um objecto ou uma imagem. Ela vasculha seus arquivos fotográficos e revisita sítios arqueológicos da história de sua família, coletando pistas e vestígios. Ao mesmo tempo, a artista também se voltava para a natureza, não como natureza da paisagem, mas como contemplação e emoção. Produz imagens etéreas da natureza, suspensas no tempo e no espaço. Criando um diálogo entre sua pequena arqueologia e suas descobertas naturais, Beatriz tece poesia visual sobre os sentimentos humanos, suas vidas, morte e frustração. Poesias que se extendem ao passado e seus suportes através da força criadora de conectar imagens, intervindo, reenquadrando, sobrepondo, justapondo. Para Beatriz, é dessa relação que nasce qualquer possibilidade de transcendência das imagens e suas impressões. E é isso que interessa.